24.5.06

Onde fica a saída?-

Como é difícil falar sobre qualquer assunto quando estamos passando por um verdadeiro furacão de emoções e pensamentos. O peito oprimido, as noites mal dormidas, a necessidade de chorar. Você não consegue conversar, discutir, explicar; você não consegue juntar os fatos, conectar idéias; você não consegue analisar e focar a atenção em nada.

Quando tudo está confuso, é como se estivéssemos em um labirinto: não sabemos como entramos, não sabemos onde fica a saída e todos os caminhos parecem levar ao mesmo destino.

Como trabalhar se o pensamento está voltado para os problemas? Como se dedicar a alguém se, ao receber um carinho, a cabeça está a quilômetros dali? Como escrever ou ter criatividade se a dor sufoca e só o vazio permanece?

Esse é o momento de parar tudo. É hora de sentar, refletir, entender. Não dá? Sinta. Perceba que sentimentos estão envolvendo você. Existe mágoa? Raiva? Medo? Solidão? Derrota? Indecisão? Tristeza? O que significa esse aperto e essa vontade de “chutar o balde”?

Percebendo o que estamos sentindo, podemos tentar buscar que fato, atitude, ou palavra, gerou toda essa confusão. Às vezes são tantas coisas juntas que é difícil achar uma única causa. Mas, lidando separadamente com cada situação, é possível entender e racionalizar.

Por exemplo: você percebe que o lado amoroso está trazendo ressentimentos, o trabalho não está legal, a saúde está, digamos, “meia boca”, e até os amigos estão esquecidos. Tentar resolver tudo de uma só vez não dá. Comece pegando o telefone e buscando aquelas pessoas que, mesmo longe, não esquecem de você. Depois, reveja suas metas profissionais e busque estar feliz com o que você está fazendo; se não for possível, mude de trabalho, faça outros cursos, invente! À noite, tente esquecer todos os problemas e mostrar tudo o que se passa dentro de você para quem você ama – dê carinhos, abrace, chore, peça colo. A saúde, após tudo isso, tende a melhorar. Mas não custa cuidar com a alimentação, fazer várias refeições ao dia e tomar muita água.

O aperto continua? Então talvez seja hora de promover um “reinício” na sua vida. Quando estamos fazendo coisas que não nos completam e não nos trazem a sensação de sermos úteis, a tendência é de o vazio ficar maior a cada dia.

Que princípios norteiam seus caminhos? Quanto amor, carinho e compreensão você está dando para o seu parceiro? Há quanto tempo você parou de fazer as coisas que lhe davam alegria?

Todos precisamos saber para onde estamos indo e porque juntamos ao nosso redor as coisas e pessoas que ali estão. Todos falam, mas poucos seguem essa lição já tão difundida: nunca deixe de ser criança! Mantenha um pouco da sua ingenuidade; não deixe de sonhar; ame verdadeiramente e indiscriminadamente; faça aquilo que você sabe que é certo, com a sua noção do que é certo; curta cada momento do seu dia.


Talvez o aperto demore a passar. Mas compreendê-lo e tentar buscar soluções é a única maneira de você voltar a ser feliz. Talvez você possa, pela primeira vez, entender o que é realmente a felicidade. Porque ela só existe quando conquistamos algo chamado de “paz interior”.