11.11.06

Quanto você precisa para ser feliz? -

“Felicidade não tem preço”, diz o ditado. Tem quem discorde. Para muitos, a felicidade depende de um carro, de uma roupa, de um sapato, de um aparelho celular, de uma viagem, de qualquer coisa comprável e perecível. Como uma criança, que só sossega quando ganha o brinquedo novo. Mas por quanto tempo o brinquedo novo gera felicidade e quanto tempo demora para ele se transformar em um brinquedo velho?

Momentos nos deixam felizes; pessoas nos deixam felizes; conquistas nos trazem felicidade. Mas como nós tratamos e lidamos com cada um desses fatos? Até quando o novo amor vai ser empolgante e apaixonante? Por quanto tempo ficar sentado naquele escritório vai ser bom ou tolerável?

Nossa capacidade de tolerar é muito baixa. Há quem prefira uma vida tranqüila, linear, sem muitas emoções. Mas a maioria das pessoas gosta da aventura, do inesperado, da adrenalina que simples momentos trazem. Sem contar que a vida não é linear. Ela tem altos e baixos. Começos e fins. Conquistas e derrotas.

O que vai medir o nosso grau de felicidade são as nossas próprias necessidades. Se conquistamos algo, queremos mais. Muitas vezes conquistamos até mais do que imaginamos e ainda não estamos satisfeitos. Quando vai ser suficiente? Quando conseguirmos saber o que é realmente importante para nós e o que nos traz, verdadeiramente, felicidade. Se você conquistou um alto padrão financeiro e continua infeliz, já tentou se perguntar como fazia para ser feliz antes do dinheiro chegar?

Às vezes, deitar numa rede, ver um belo pôr do sol, sentir a brisa do mar no rosto, rolar na cama sem ter hora para levantar, ver o bater das asas de um beija-flor, ler um bom livro, comer cachorro-quente e se lambuzar todo, é muito mais gratificante do que ir a um restaurante caro e poder entrar nos mais badalados ambientes. E não estou dizendo que isso seja ruim, só estou questionando o que é necessário para cada um ser feliz.

Já falei várias vezes e falo de novo: a felicidade vem de dentro, depende do que é importante para você e do que você acredita ser essencial na sua vida. De quanto menos você precisar, mais fácil será ser feliz.

5.11.06

Brilhos ocultos -

Um amigo me contou uma história linda, sobre brilhos ocultos de trincos invisíveis. O crédito dessa teoria é todo dele: Esteban Albizuri. Mas eu me acharia egoísta se não a compartilhasse com aqueles que conheço e gosto.

Ele diz que existem, no nosso caminho, muitas portas, esperando para serem abertas. Só que elas estão escondidas. E só é possível descobri-las se conseguirmos perceber os brilhos ocultos de seus trincos invisíveis. O que são esses “brilhos ocultos”? São as oportunidades inesperadas: uma palavra, uma idéia, um convite, um evento. Situações que podem passar despercebidas se não estivermos atentos ao que a vida nos oferece a cada dia.

Por exemplo? Um encontro com uma pessoa legal. Se não prestarmos atenção e não tentarmos olhar a situação sob novas e diferentes perspectivas, essa pessoa passará, será só mais uma entre muitas. Mas se, ao olhar com cuidado, percebermos que ali existe um brilho, ela pode se tornar aquele alguém tão especial que tanto procurávamos e não conseguíamos enxergar.

E os exemplos são muitos! Quantos anúncios e cartazes não lemos? Quantos sorrisos ignoramos? Quanto amor deixamos de dar? Quantos “não” falamos por medo de tentar? Quão rápido e apressados passamos pelas ruas, salas, ônibus, dias e noites?

Viver é mais do que acordar, trabalhar, estudar, comer, malhar, dormir. Viver é ver em cada situação uma oportunidade; em cada encontro uma chance; em cada certeza uma dúvida; em cada brilho uma porta para a felicidade.

Obrigada, amigo. Mais uma vez.

21.9.06

Resignificando crenças –

Nietzsche escreveu que devemos desejar aquilo que necessitamos e depois amar aquilo que desejamos. Segundo ele, a felicidade só é encontrada quando nos tornamos quem realmente somos e seguimos a vida que escolhemos viver.

Mas quantas crenças construímos – crenças que determinam o nosso modo de viver e encarar cada situação – que, sem que percebamos, nos imobilizam e aterrorizam em momentos em que deveríamos estar cheios de alegria? São crenças que agem no nosso subconsciente, verdades estabelecidas dentro de nós.

Em algum ponto de nossa vida passamos a acreditar em algo. Fazemos dessa idéia ou conceito uma verdade. E, mesmo que vários acontecimentos posteriores mostrem que não é bem aquilo, continuamos acreditando nessa “verdade”.

Por exemplo? Você não foi feito para o sucesso, nunca vai subir na vida. Essa é a crença. Ao mesmo tempo, você deseja ter um emprego melhor, conseguir aquele cargo tão esperado, ter seu trabalho reconhecido. Mas a cada pequeno erro, a cada vez que você não alcança o que considera ser o seu melhor, a cada chamada de atenção, você desaba - se sente um verdadeiro lixo. Só que a realidade não é essa. A realidade é simples e direta, mas a interpretação que o seu subconsciente faz é distorcida de acordo com a sua crença.

Como lidar com isso? Volto ao início. Primeiro, seja quem você realmente é: curta a sua própria companhia; dance sem medo de parecer ridículo; diga o que pensa, mesmo que contrarie a opinião dos outros; ria do que tiver vontade; valorize a sua experiência de vida; acredite na sua intuição; ouça boas músicas; aproveite o silêncio; ouça seu coração; compreenda que o verdadeiro prazer vem de dentro de você, de como você reage e vivencia cada experiência. Segundo, ame aquilo que você deseja: ninguém é obrigado a nada; a vida nos leva por caminhos, mas somos nós que escolhemos percorrê-los; necessidade pode e deve ser transformada em prazer; se você fez errado, mude, volte, inverta, refaça; não existe verdade eterna; o mundo só existe para você, a partir do momento em que você o percebe; um determinado significante pode ser bom ou mau, quem escolhe o significado é você.

Um dia de chuva pode ser péssimo para ir trabalhar, ou maravilhoso por permitir que a fauna e flora continuem a existir; um dia de sol pode ser de um calor terrível, ou ser abençoado; a falta de luz pode estragar seus planos ou proporcionar uma noite romântica, uma reunião de família; a bebida pode ser um vício, ou motivo de diversão e relaxamento; a lista pode continuar por páginas. Tudo pode ser visto por diversos ângulos – quem escolhe o ponto de observação é você!

Faça cada situação ser o mais leve possível. Nós já carregamos muito peso, diária e constantemente. Para que arrumar mais? Interprete a vida de maneira positiva. Acredite no melhor. No máximo, você pode vir a se decepcionar. O sofrimento pode, ou não, acontecer. Por que escolher o sofrimento permanente, em vez de arriscar a felicidade? “Torna-te quem tu és”, um bom caminho indicado por Nietzsche.

Fonte: YALOM, Irvin D. Quando Nietzsche chorou.

19.6.06

Estupro consentido -

Quantas de nós, mulheres, passamos parte de nossas vidas sendo estupradas, violentadas, e aceitando este fato devido à necessidade que temos de sermos amadas e aceitas? Quando uma adolescente consente em ter uma relação sexual, dificilmente sabe seu papel nesta “transa”. Os conceitos de respeito, amor, cuidado, ainda estão muito longe da ingenuidade do casal, da falta de experiência e de conhecimento. O ato sexual é algo mecanizado, onde o homem tem prazer e a mulher, infelizmente, se torna um simples instrumento deste prazer.

A falsa independência da mulher atual fez com que quiséssemos ter o mesmo controle, a mesma “liberdade”, que os homens historicamente possuíam. Mas a que custo? Passamos a dizer o que queríamos e a interpretar papéis que não eram nossos. Passamos a fazer sexo com a mesma freqüência e naturalidade de quem, há menos de uma década, dava um beijo na boca. Perdeu-se a intimidade, a profundidade, o sentimento, o carinho.

Fazer amor é mais do que abrir as pernas, ser penetrada e, menos de cinco minutos depois, ver o parceiro caindo exausto ao seu lado satisfeito. Pesado isso? Triste realidade.

Fazer amor é sentir o outro; é tocar, acariciar, suspirar; é passar a mão no rosto, nos cabelos, no peito; é respirar juntos, ofegar juntos; é querer o prazer do outro, assim como o outro deseja o seu prazer; é encostar os corpos, sentir cada movimento, perceber cada toque; é esquecer do resto do mundo; é abrir os olhos e enxergar a pessoa mais linda de todas; é fechar os olhos e se sentir a pessoa mais amada de todas.

No ato sexual, não adianta querer dizer que a mulher é igual ao homem. Nós precisamos de muito mais carinho e estímulos do que nossos opostos, que com a excitação de um único órgão se deleitam de prazer. Nós precisamos de beijos, em vários outros lugares além da boca. Nós precisamos de uma mão forte, mas que não seja rude. Nós precisamos estar completamente envolvidas, com nosso corpo e nossa mente “anestesiados”. Nós precisamos chegar perto do ápice do prazer bem antes que vocês, homens, comecem a ter prazer – nosso tempo é outro!

Mas quantas e quantas vezes achávamos que estávamos fazendo amor com nossos namorados e eles se comportavam como se tivessem uma boneca de plástico na sua frente. Não era assim, mulheres? Meninos só aprendem o básico. Demora anos para um homem perceber que há um outro ser humano na sua frente, tão sedento de prazer quanto ele. Enquanto isso, nós sofremos. Nós nos sentimos, sim, violentadas. Às vezes o outro até tenta nos dar prazer, mas nem nós, nem ele, sabemos como.

A violência não é física. A violência é emocional. A cada sim que damos, desejosas de que o outro, “dessa vez”, nos dê o que tanto imploramos, nos violentamos de novo. E se dizemos não? Daí nosso mundinho desaba, pois o homem que amamos não vai mais nos amar. Que grande bobagem! Mas é assim que pensamos.

E será que tomar o controle da situação resolve? Não. Seremos nós que estaremos provocando o nosso prazer e, ainda, estaremos dando prazer para o outro. Mais uma vez nos sentiremos usadas. Talvez não no momento, mas quando “cair a ficha”, sentiremos uma raiva enorme. Não é? Só que a raiva do outro é uma raiva projetada. Nós sentimos raiva é de nós mesmas, porque novamente aceitamos estar numa situação em que não há troca.

Fazer amor é compartilhar um momento extremamente íntimo e delicado. Fazer amor é dar amor.

São poucos os homens que se preocupam em compreender o corpo de uma mulher, que querem aprender onde e como lhe dar prazer. E cada mulher é diferente da outra, pode ter certeza! Por isso exige amor, entrega, carinho, respeito e tempo.

Só existe felicidade quando os dois estão sintonizados, sem preocupações, sem neuras, sem defesas. Só existe felicidade quando não há violência, quando os dois saem daquele momento tão especial se sentindo plenos, satisfeitos, completos, amados.

Sexo casual? Hormônios, prazer momentâneo e dor posterior. Sexo com amor? Carinho, prazer profundo e felicidade duradoura. Pelo menos para nós, mulheres...

24.5.06

Onde fica a saída?-

Como é difícil falar sobre qualquer assunto quando estamos passando por um verdadeiro furacão de emoções e pensamentos. O peito oprimido, as noites mal dormidas, a necessidade de chorar. Você não consegue conversar, discutir, explicar; você não consegue juntar os fatos, conectar idéias; você não consegue analisar e focar a atenção em nada.

Quando tudo está confuso, é como se estivéssemos em um labirinto: não sabemos como entramos, não sabemos onde fica a saída e todos os caminhos parecem levar ao mesmo destino.

Como trabalhar se o pensamento está voltado para os problemas? Como se dedicar a alguém se, ao receber um carinho, a cabeça está a quilômetros dali? Como escrever ou ter criatividade se a dor sufoca e só o vazio permanece?

Esse é o momento de parar tudo. É hora de sentar, refletir, entender. Não dá? Sinta. Perceba que sentimentos estão envolvendo você. Existe mágoa? Raiva? Medo? Solidão? Derrota? Indecisão? Tristeza? O que significa esse aperto e essa vontade de “chutar o balde”?

Percebendo o que estamos sentindo, podemos tentar buscar que fato, atitude, ou palavra, gerou toda essa confusão. Às vezes são tantas coisas juntas que é difícil achar uma única causa. Mas, lidando separadamente com cada situação, é possível entender e racionalizar.

Por exemplo: você percebe que o lado amoroso está trazendo ressentimentos, o trabalho não está legal, a saúde está, digamos, “meia boca”, e até os amigos estão esquecidos. Tentar resolver tudo de uma só vez não dá. Comece pegando o telefone e buscando aquelas pessoas que, mesmo longe, não esquecem de você. Depois, reveja suas metas profissionais e busque estar feliz com o que você está fazendo; se não for possível, mude de trabalho, faça outros cursos, invente! À noite, tente esquecer todos os problemas e mostrar tudo o que se passa dentro de você para quem você ama – dê carinhos, abrace, chore, peça colo. A saúde, após tudo isso, tende a melhorar. Mas não custa cuidar com a alimentação, fazer várias refeições ao dia e tomar muita água.

O aperto continua? Então talvez seja hora de promover um “reinício” na sua vida. Quando estamos fazendo coisas que não nos completam e não nos trazem a sensação de sermos úteis, a tendência é de o vazio ficar maior a cada dia.

Que princípios norteiam seus caminhos? Quanto amor, carinho e compreensão você está dando para o seu parceiro? Há quanto tempo você parou de fazer as coisas que lhe davam alegria?

Todos precisamos saber para onde estamos indo e porque juntamos ao nosso redor as coisas e pessoas que ali estão. Todos falam, mas poucos seguem essa lição já tão difundida: nunca deixe de ser criança! Mantenha um pouco da sua ingenuidade; não deixe de sonhar; ame verdadeiramente e indiscriminadamente; faça aquilo que você sabe que é certo, com a sua noção do que é certo; curta cada momento do seu dia.


Talvez o aperto demore a passar. Mas compreendê-lo e tentar buscar soluções é a única maneira de você voltar a ser feliz. Talvez você possa, pela primeira vez, entender o que é realmente a felicidade. Porque ela só existe quando conquistamos algo chamado de “paz interior”.

28.4.06

Na esperança de uma nova paixão –

Pode-se esperar por uma grande paixão? Será que todos nós não vivemos esperando por isso? Viver uma paixão pode curar doenças, pode mudar o ritmo de vida, pode até virar a vida de cabeça para baixo.

Podemos gostar de alguém, sentir amizade, simpatia, afinidade. Mas a paixão acende em nós uma faísca única, algo que nos faz perder o controle. A paixão, literalmente, nos tira do sério.

E estar apaixonado não significa depender do outro, viver para o outro, ou muito menos viver a vida do outro! Num relacionamento saudável cuidamos, sim, do companheiro. Mas só dele, não da vida dele! Por quê? Você já tentou controlar a vida, os horários, os lugares, do outro? Seu relacionamento não virou um inferno de ciúmes e brigas?

Cuidar do outro é dar amor, carinho, atenção, prazer, colo; é fazer o outro feliz. Numa relação tranqüila, damos e recebemos amor, vivemos os dias de alto astral. Muito melhor assim, não?

Mas como saber se você está apaixonado(a), ou se é só “fogo de palha”? Tentando. Racionalizar demais nem sempre ajuda. Claro que não aconselho ninguém a se entregar para a primeira pessoa que aparecer – você pode se machucar muito. Mas se você conversou, percebeu, conheceu, curtiu, sentiu, por que não tentar?

Às vezes, passamos muito tempo sozinhos, esperando uma grande paixão. Analisamos tudo, listamos qualidades e defeitos, pesamos a relação em termos de custo x benefício. Nisso, não deixamos o outro entrar. É! Colocamos tantos “nãos” que criamos uma verdadeira muralha entre nós e o outro. Como derrubá-la? Permitindo-se de novo. Entregando-se de novo. Com medos, neuras, traumas. Mas de um jeito leve. O que é isso? É não colocar a sua felicidade na mão do outro, dependendo do outro. Isso pesa! Seja uma pessoa tranqüila, agradável, amiga.

Quando vai aparecer uma nova paixão na sua vida? Talvez hoje, amanhã, mês que vem... Talvez, quando você menos esperar, apareça. A faísca pode surgir a qualquer momento. Só lembre de, quando estiver com alguém, estar por inteiro: com a faísca inicial, mas também com amizade, carinho, respeito, admiração e tesão, claro! Pois só vivendo uma paixão com 100% do seu coração é que você vai descobrir a felicidade.

20.3.06

Presentes da vida –

Alguma vez você já recebeu um presente da vida? Talvez um tempo longe da correria do dia-a-dia, ou alguém que lhe ensinou uma nova maneira de ver e encarar os problemas?

Acho que somos presenteados cotidianamente. Um belo pôr do sol, uma brisa suave, uma conversa amiga que nos dá esperança e traz alegria, o perfume gostoso que faz relembrar o passado, o sorriso discreto no elevador, a risada ingênua de uma criança. Esses são só alguns dos pequenos presentes que recebemos, mas será que nos damos conta deles?

Algumas vezes, a vida resolve nos dar algo maior. Talvez algo que tenha começo, meio e fim, como uma caixa de bombons – você se delicia com cada mordida, cada pedaço, mas sabe que logo a caixa vai acabar. Um exemplo? Uma viagem. Nela você esquece os problemas do trabalho, os medos, os bloqueios; descobre-se, percebe o que gosta e o que não gosta de fazer; vê coisas diferentes, pessoas diferentes, atitudes diferentes; analisa-se, revê conceitos, muda padrões. Nela você relaxa, descansa, desestressa; curte momentos de alegria, bem estar, saúde; janta em lugares perfeitos, acorda no meio da manhã, dorme ao nascer do sol. Nela você encontra uma deliciosa paixão; recebe carinho, atenção, cuidado; tem prazer, muito prazer – na cama, nos passeios, na troca de olhares. Nela você tem tudo o que não tinha na vida “normal”.

Mas é só uma viagem. Uma fuga na linha do tempo, como uma dimensão paralela. Você aprende, descobre que a vida pode ser maravilhosa. O tempo passa, mas logo você tem que retornar à sua dimensão, à sua “vida real”. Você volta diferente. Com novos significantes e significados. Provavelmente, com novas decisões, novas posturas. Mas a vida, por mais que você tenha mudado, não vai mudar tanto assim. Afinal, nem tudo depende só da nossa vontade e das nossas decisões.

Então, será que esse “presente” vale a pena? Acho que sim. Talvez seja mais que uma caixa de bombons. Talvez seja o primeiro pedaço de uma barra de chocolate. A vida lhe dá uma prova, um gostinho, do que você pode ter se lutar e fizer diferente. O presente significa mudança, aprendizado. O resto da barra de chocolate terá que ser conquistado por você. Como? Dizem que “a vida se faz ao caminhar”. As novas decisões, posturas e sentimentos apreendidos farão você dar mais valor a cada momento da sua vida. Aqueles “pequenos presentes” poderão ser percebidos mais facilmente. Os pequenos gestos poderão ser entendidos em toda a sua plenitude.

Os tipos de presentes que a vida pode nos dar são muitos. Claro que os melhores são os que vêm para ficar: os grandes amores, o bom emprego, uma querida amizade, a viagem da qual não se precisa voltar.

Mas acho que, independente do tipo e da duração dos presentes, eles são gigantescas fontes de felicidade. Saiba percebê-los e aproveitá-los. Cada momento é único. E o que sentirmos em cada um deles ficará para sempre em nossos corações e em nossa memória.

10.3.06

Sem vergonha de ser feliz -

"Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz (...)". A música que marcou gerações e que ainda serve de hino para muitos talvez tenha sido a inspiração deste blog. Você tem vergonha de ser feliz? Você tem medo de ser feliz? E sempre achei que a resposta óbvia era não. Por que ter vergonha, ou medo, de ser feliz? Muitos têm.

Você acha que não? Mas quando deixamos de fazer algo que queremos muito porque é considerado errado para alguém, ou porque vai contra alguma "norma social", não estamos abdicando de um momento de felicidade por medo? É! Medo! Medo de não ser aceito; medo de não ser - ou deixar de ser - respeitado; medo de não ser amado; medo de não estar "de acordo". Ou vergonha. Vergonha das próprias necessidades, dos próprios sonhos, dos próprios desejos.

Para fazermos aquilo que nossos coraçõess pedem precisamos nos sentir livres, precisamos nos aceitar.

Claro que podemos deixar de fazer algo por respeito a um companheiro, um familiar, ou um amigo. Você abdica de algo para o bem da relação - o seu bem e o do outro. Mas lembre-se: sem deixar as suas verdades de lado.

Uma frase bem conhecida, cujo autor desconheço, diz: "viva a vida como um cavalo no 7 de setembro, cagando, andando e sendo aplaudido". E não é? São seus pais que vão construir a SUA vida para você? É o vizinho que "lava suas cuecas"? É seu professor que vai trabalhar e crescer na carreira por você? Ou é seu amigo que vai conquistar a companheira dos seus sonhos em seu lugar?

Hoje vou me dar ao luxo de escrever pouco e transcrever muito. Afinal, há tantas pessoas que sabem imensamente mais do que eu. Olha! Esse poderia ser um motivo para eu ter medo, ou vergonha, e deixar de escrever. Mas eu deixaria de fazer algo que me faz feliz porque alguém poderia me criticar? Critiquem! Assim você me ajuda a crescer, aprender e ser ainda mais feliz!

Vamos à transcrição da música:

"E a vida? E a vida, o que é? Diga lá, meu irmão! Ela é a batida de um coração? Ela é uma doce ilusão? Mas e a vida? Ela é maravilha ou é sofrimento? Ela é alegria ou lamento? O que é, o que é, meu irmão? (...) Você diz que é luta e prazer. Ele diz que a vida é viver. Ela diz que melhor é morrer, pois amada não é e o verbo é sofrer. Eu só sei que confio na moça e na moça eu ponho a força da fé. Somos nós que fazemos a vida, como der, ou puder, ou quiser. (...)".

Viva! Sem medos e sem vergonha! A vida é um eterno aprendizado. Você nunca vai saber tudo, nem vai acertar sempre. Mas pode descobrir as suas verdades e a melhor maneira de ser feliz.

5.3.06

Ai que dor! -

Nós sentimos diversos tipos de dor. A dor de uma queda, de um esbarrão, de um acidente; de frio, de fome; da perda, da saudade, da tristeza; da angústia, da falta de fé. E podemos lidar com as dores de diversas maneiras, dependendo de como as encaramos. Você sabe como lida com as dores da sua vida?

Você pode ver uma doença como um castigo, algo incapacitante, ou como um sinal de que algo não está funcionando adequadamente, está errado.

Você pode ver um acidente como falta de sorte, ou mesmo colocar a culpa em algo ou alguém envolvido. Mas também pode perceber que andava distraído, nervoso, desequilibrado. Claro que, muitas vezes, as coisas acontecem independentemente da nossa vontade. Entretanto, isso é um motivo para ampliarmos nossa dor, nossa descrença e nossa raiva?

Acredito que muitos de nós fazemos nossos sofrimentos maiores do que eles realmente são. Ao sentirmos frio, fome, ou dor, podemos ter consciência da causa do mal-estar e não dar maior importância ao fato, buscando, simplesmente, sua solução. Ou podemos ficar reclamando, focando toda a nossa atenção no problema e fazendo dele motivo de irritação e sofrimento.

Um amigo me disse: "Há uma grande diferença em sentir o frio e sentir frio". Eu concordo com ele. Dor não é sinônimo de sofrimento.

Quando estamos tristes, carentes, desconsolados, só percebemos nosso próprio mundinho, nosso "grande sofrimento". Mas será que o motivo do sofrimento é tão grande assim? Pare e pense. Será que dando um passo atrás (buscando a verdadeira causa do problema) e um passo para o lado (mudando o enfoque sob o qual vemos o problema), ele não terá outro significado para nós? Um exemplo: você está com raiva de alguém, por algo que essa pessoa lhe disse ou fez. Tente compreender os motivos dessa pessoa e descobrir em qual dos SEUS pontos fracos ela pisou. Será que essa análise não lhe deixará mais calmo? Não diminuirá a "dor" e o "sofrimento"?

Temos muitas coisas mal resolvidas dentro de nosso sub-consciente - fatos, frases, emoções. E elas atuam diretamente sobre nosso presente - ações, falas, sentimentos. Talvez de forma muito mais forte do que supomos.

Entender a dor e encará-la somente, e exatamente, com a intensidade que ela tem (sem agregar medos, concepções e traumas) pode nos ajudar a viver com mais tranquilidade e paz. Não torne as coisas mais complicadas e difíceis do que elas realmente são.

Simplifique. Esqueça. Viva o agora. Pode ter certeza: é mais fácil ser feliz assim!

22.2.06

Um lugar ao sol -

Eu não sei se você se pergunta qual o sentido da vida, ou por que razão você está onde está e faz o que faz, ou pelo que está lutando. Cada dia mais, a ganância, a frivolidade, o egoísmo e a falta de caráter parecem permear nossos mundos, nossas relações e nosso cotidiano.

A busca por nosso lugar ao sol é um incessante redescobrir-se, um eterno questionar-se; é compreender o que nos move, o que nos alimenta; é olhar para o lado e entender quem nos rodeia; é perdoar, trocar, crescer juntos; é acalmar nossos anseios e dar espaço para o nosso verdadeiro EU.

Na correria do dia-a-dia, buscamos ser aceitos, fazer certo, ser os melhores. Mas sob que olhar, que conceitos, que significados e padrões interiorizados classificamos o nosso próprio “estar correto”? Quantas vezes nos disseram ou ouvimos algo que passamos a acreditar ser uma “regra de conduta”?

Para encontrar nosso lugar ao sol, precisamos conceber novos padrões, novas formas de ver o mundo, novas maneiras de ter alegria. Precisamos deixar o que o mundo quer de nós de lado e descobrir a chama que nos dá energia e nos faz ter vontade de continuar. Precisamos saber o que queremos e o não queremos em nossas vidas. Sem medos, sem culpas, sem bloqueios, sem certos e errados.

Mas com muito, muito amor no coração e o impulso de sempre fazer o bem. Seja para nós mesmos, ou para aqueles com quem convivemos.

Como achar o caminho? Fazendo diferente. Ousando. Inventando. Testando. Reaprendendo.

Nunca saberemos tudo. Não somos os “donos da razão”. No mundo, há muitas “verdades”, muitos caminhos, muitas opções. Podemos ter, ir, ser, aquilo que quisermos. Djavan cantou: “(...) só quem faz tem. Já que nasceu, vai fundo e tudo bem. Você nasceu pra tudo o que é seu. Nem queira saber o quanto você tem. Você é, você quer, você pode e, se não se render, chega lá!”.

Acho que é isso. Apesar dos contra-tempos, da hipocrisia, da falsidade, dos medos, conseguir ir mais além; dar um passo maior do que acostumamos; nos permitir mais do que acreditamos. Enfim, ter a certeza de que cada semente plantada vai gerar, a seu tempo, o fruto que cultivamos. E a felicidade? É só conseqüência.