2.1.05

Que cara chato! -

Aceitar o comportamento dos outros e não julgar são atitudes que exigem de nós tolerância, compreensão e perdão. Nas festas de fim de ano é comum parentes que não se vêem há tempos se reencontrarem, diferenças aparecerem e mal entendidos estragarem o clima de "paz e fraternidade". Pode-se até lembrar dos tão conhecidos jargões: genro e sogra que não se batem, cunhados que não se aturam ou até irmãos que não se suportam.

É nessas horas que precisamos entender a forma de agir e o jeito de ser de cada um e sermos complacentes, seja contando até 50, respirando fundo, se fazendo de surdo, ou apenas rindo, rindo para não chorar ou, como diriam alguns, para "não meter a mão na cara daquele filho da puta". É... isso é mais comum do que gostaríamos.

Nas festas de fim de ano, há a agravante de sermos, muitas vezes, "obrigados" a conviver com aqueles com os quais temos antipatia ou divergências de opiniões. Entretanto, isso acontece diariamente no trabalho, no ônibus, no curso. Claro que é mais fácil ignorar e não falar com alguém no trabalho do que no jantar de Natal.

Mas por que é tão difícil ser tolerante? Será que somos tão perfeitos, os únicos conhecedores das verdades da vida, a ponto de desqualificarmos o outro pelos seus erros? Já que falamos de Natal, usemos uma frase do Cristo: "aquele que nunca errou que atire a primeira pedra". Precisamos compreender que todos nós erramos, que todos temos defeitos talvez intoleráveis para outros, que todos alguma vez na vida falamos a frase errada na pior hora.

Precisamos aceitar que vivemos em sociedade e que são poucos aqueles que agem da mesma forma que nós, que têm os mesmos pontos de vista, que são educados da mesma maneira. Precisamos buscar as qualidades do outro, tentando, sim, ignorar e superar os defeitos que nos incomodam.

Tolerância é, talvez, uma das principais virtudes que nos permitem ser sociáveis. Pessoas teimosas e donas da verdade não costumam se dar bem em grupos. Elas sempre arranjam alguém com quem discutir, ou com quem "não conseguem conviver". E é difícil ser amigo de alguém intolerante. É preciso saber ouvir; não criar atrito; ser complacente; expressar opiniões de forma delicada e indireta; ser tolerante.

Para lidar com os engraçadinhos, ao invés de se irritar e antes de se irritar, faça dele o alvo da piada, ou dê aquele toque amigável: "fulano, vamos dar uma acalmada, pois tudo tem limite". Com o indesejável ou intrometido, por que não rir com ele ou deixá-lo constrangido mudando o rumo da conversa?

Há sempre uma forma de driblar as situações sem sair do equilíbrio e perder a calma. Procure uma. Mas lembre-se que o mais importante é compreender as razões do outro agir de determinada forma e não julgá-lo. Não precisamos concordar com ele, ou aceitar atitudes que venham a nos ferir. Mas podemos dar um basta nas situações sem sermos brutos, ignorantes ou indelicados. "Não façamos para o outro o que não gostaríamos que nos fizessem". Perdoemos, mantenhamos o clima de paz e amor, sejamos nós os apaziguadores, sejamos nós os promotores da felicidade.

Nenhum comentário: